quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Tudo isto passará


Havia um rei que tinha tudo o que queria, mas mesmo assim sentia-se carente.
Ele desejava mesmo era ter paz de espírito e equilíbrio nas suas decisões.
Resolveu, então, consultar os sábios da corte. Estes lhe deram um anel energético com uma mensagem gravada que ele só poderia ler num momento de extrema gravidade.
Se lesse só por curiosidade, o anel perderia sua energia e a mensagem, o seu significado.

O rei seguiu o conselho a risca. Um dia, o país entrou em guerra e perdeu.
Houve momentos difíceis em que o rei foi tentado a ler a mensagem, mas controlou-se.

O reino estava perdido, porém poderia ser recuperado. Para salvaguardar sua integridade, ele foi embora dali.
O inimigo foi ao seu encalço, mas o rei cavalgou. . .
Até que perdeu os companheiros e seu cavalo. Caminhou sozinho. Inimigo atrás. . .
Seus pés sangravam. Agora precisava correr.
O inimigo se aproxima e o rei, claudicante, chega à beira de um abismo.
Os adversários estão cada vez mais próximos. Não há mais saída. “Estou vivo, talvez o inimigo mude de direção”, pensou. A condição para ler a mensagem do anel ainda não estava de todo preenchida.

Olha o abismo abaixo e vê um grupo de leões. Não tem mais jeito, os inimigos estão chegando. . . Então, o rei saca o anel e lê a mensagem salvadora: “Isto também passará.” Subitamente, o rei relaxa a tensão.
Isso também passará. . .
E inexplicavelmente, o inimigo muda de direção. O rei volta ao seu país, organiza seu exército e reconquista o reinado. Festas.
O povo dança nas ruas. O rei está feliz e orgulhoso. De repente lembra-se do anel e relê a mensagem: “
Isso também passará.”
Ele, então, neutralizou sua euforia e orgulho e, assim, obteve para sempre a paz de espírito e equilíbrio nas suas decisões.

Todos nós deveríamos usar permanentemente o anel energético desta história, relendo a sua mensagem gravada.
Nas dificuldades que ela nos faça acreditar que melhores dias virão para recompensar nosso esforço diário, mas principalmente para nos alertar, nos tempos de euforia, que “isso também passará”, se não estivermos atentos para nosso autodesenvolvimento, para nosso crescimento pessoal e para nossa responsabilidade de estarmos sempre inovando. Não resta dúvida de que tudo passa, embora cada uma de nossas ações sempre deixam marcas gravadas para sempre. É por isso que podemos dizer que existem pessoas estrelas e pessoas cometas.
Os cometas passam. Apenas são lembradas pelas datas que passam e retornam. As estrelas permanecem.
O sol permanece. Passam anos, milhões de anos e as estrelas permanecem! Há muita gente cometa. Passa pela vida apenas por instantes.

Gente que não prende ninguém e a ninguém se prende. Gente sem amigos, gente que passa pela vida sem iluminar, sem aquecer, sem marcar presença. Importante é ser estrela. Estar junto. Ser luz. Ser calor. Ser vida. Amigo e estrela. Podem passar anos, podem surgir distâncias, mas a marca fica no coração. Coração que não quer enamorar-se de cometas, que apenas atraem olhares passageiros. Ser cometa é ser companheiro por instantes, explorar os sentimentos humanos, ser aproveitador das pessoas e das situações, fazer-se acreditar e desacreditar ao mesmo tempo.
Solidão é resultado de uma vida cometa. Ninguém fica todos passam.
Há necessidade de criar um mundo de estrelas. Todos os dias poder contar com elas e poder sentir sua luz e calor. Assim são os amigos.

Estrelas na vida da gente. São aragem nos momentos de tensão. São a luz no momento de desanimo. Ser estrela neste mundo passageiro, neste mundo cheio de pessoas cometas, é um desafio, mas acima de tudo, uma recompensa.
Recompensa de ter sido luz e ter sido calor para muitos corações, ter nascido e ter vivido e não apenas existido.

O mundo corporativo não difere muito do mundo pessoal, apesar de toda a frieza do capitalismo, da busca de resultados e da melhor rentabilidade não se pode negar que a essência deste mundo corporativo são as pessoas que não deixam seus sentimentos e suas emoções ao atravessarem os muros da empresa.
Para administrar esta realidade entra em cena o conceito de poder pessoal, que é a afirmação do “eu posso”.
O que significa realmente o conceito de poder pessoal?
È ter nas mãos as rédeas da própria vida. É ter auto-estima elevada.
É estar harmonizado e em equilíbrio.
É sair do papel de vítima.
É aceitar as coisas como elas são e não como gostaríamos que fossem.
Por incrível que possa parecer é exatamente nesta última parte, o aceitar as coisas como elas são que as pessoas geralmente discordam do conceito. Realmente pode parecer um absurdo. “
Como posso ter poder pessoal aceitando passivamente as coisas como elas são?”, afinal, “que poder é esse?”, “aceitar não significa ficar parado e passivo?”
Na verdade o conceito é inverso, ou seja, quando aceitamos as coisas como elas são, resgatamos nossas forças e o poder de transformar, isto significa que aceitar não quer dizer que podemos fazer as coisas voltarem a ser como eram, não significa estar feliz com os acontecimentos, não é aprovar o ocorrido.
Aceitar significa estar aberto às mudanças, estar aberto a rever referenciais.
Quando isso ocorre saímos do papel de vítimas das circunstâncias, para podermos realizar com disposição as mudanças que precisam ocorrer.
Quando não aceitamos integralmente, com a mente e o coração, estamos tentando, muitas vezes em desespero, restaurar o padrão ou situações anteriores, que talvez fossem muito mais cômodos e muito mais confortáveis.

James Baldwin diz; “você não consegue consertar o que não consegue encarar”. Esta é realmente uma grande verdade, pois, temos mania de ficar rodeando o tema central, evitando assim encarar de frente a verdadeira causa de nossa irritação ou de nossa depressão quando sabemos que aceitar a mudança que estamos vivenciando é o primeiro e decisivo passo para tomar as decisões acertadas. No mundo de hoje, deixar de
aceitar a realidade é, sem dúvida, abdicar do direito de fazer escolhas conscientes.

Aceitar a realidade como ela é significa olhar para o futuro, aceitar que tudo passa e que é preciso olhar para as transformações que precisam e devem ser concretizadas.

Somente assim, os gestores, os colaboradores, as equipes e organizações poderão se desenvolver de forma saudável.